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Aqui você encontra alguns dos trabalhos do jornalista publicados na Imprensa rondoniense

29.11.08

Especial: 30 dias de Porto Velho Shopping

Neste domingo completam 30 dias que foram abertas ao público as portas do Porto Velho Shopping. Desde então, o local vem sendo freqüentando diariamente por pessoas de todas as idades, como uma nova alternativa de compras e entretenimento. Nesta sexta-feira (28), eu e uma equipe da Agência Imagem News também demos uma circulada no local. O objetivo foi conhecer a opinião de freqüentadores sobre esse novo e atraente ambiente social da Capital.
Logo na chegada principal do Shopping, a bela decoração de natal já atrai a atenção de quem entra, antecipando no ambiente o harmônico espírito natalino. O estilo moderno das lojas e a criatividade nos detalhes servem para atrair os freqüentadores às mais variadas novidades de produtos e marcas. O local também é ponto de encontro entre amigos, casais, e é uma alternativa de relax para estudantes e trabalhadores nas horas vagas.

Bem perto da árvore de natal estava a irmã Regina... Ela que morava Curitiba, onde há shopping’s de grande porte, aprovou o empreendimento de Porto Velho, e disse que o ambiente representa uma conquista para a população, por ser uma excelente opção de lazer. “As lojas instaladas aqui têm primado pela qualidade. Esse shopping está gerando um grande avanço para essa Capital, por proporcionar uma ampla visão de mercado”, disse a irmã.

Desde a sua inauguração – ocorrida no dia 30 de outubro – o Porto Velho Shopping vem atraindo a população do interior do Estado, como é o caso do casal George Ilton e Gliz da Silva, que veio hoje de Guajará-Mirim a fim de conhecer o tão falado empreendimento. “Gostei muito! Achei bem moderno”, declarou Ilton, sendo endossado por sua namorada Gliz: “Achei linda a decoração de natal, e é legal porque num só local a gente encontra tudo o que precisa”.

Neste sábado (29), o shopping será prestigiado com a visita de um visitante ilustre, o papai Noel, que mesmo antes do Natal, não se conteve a avisou que vem mais cedo. Mas, antes de chegar no Porto Velho Shopping, o bom velhinho sairá às 17 horas da Praça das Caixas D'Água, numa carreata que percorrerá as principais ruas da cidade e chegará ao shopping às 18 horas.


“O Natal desse ano em Porto Velho, com esse shopping, promete muito!”, disse o estudante Linconh Regis. E promete mesmo! Já nesse sábado é aberta uma série de eventos natalinos com a apresentação da União de Corais de Porto Velho, que preparou uma peça cantada em celebração à grandeza do natal e ao nascimento do Jesus Menino. Também serão acesas ao público as luzes da decoração natalina.

28.11.08

Consultora baiana diz que Porto Velho é vista com um novo olhar

Segue entrevista especial que realizei para o site de notícias Rondoniadinamica, em 22 de novembro de 2008:

Com os ambiciosos projetos hidrelétricos no Rio Madeira, que vêm atraindo investimentos empresariais e gerando expectativas de empregos e um acelerado desenvolvimento socioeconômico, Porto Velho se tornou uma cobiçada vitrine por parte de investidores que vêem nesta Capital uma economia em ascensão.

Em face das transformações previstas e já constatadas, o empresariado local se movimenta, buscando meios estratégicos para acompanhar os avanços com amplas oportunidades de negócios. Para tanto, o investimento estrutural e na capacitação dos funcionários é uma necessidade urgente para não ficar para trás, ante o desafio de destacar-se no cenário de alta competitividade que vem se formando em Porto Velho.
Nesse contexto, o RONDONIADINAMICA ouviu a psicóloga e pelestrante, Carla Cavalcanti, que é consultora de empresas na Bahia, especialista em Gestão em RH e diretora da empresa Focos Consultoria. Suas experiências e analises das transformações econômicas ocorridas na região cacaueira Sul-baiana, principalmente na cidade de Itabuna (considerada nos tempos áureos a capital nacional do cacau), podem ser bem proveitosas para o empresariado desta Capital que vive mudanças de referências: de terra do garimpo para terra das usinas.
Rondoniadinamica: Qual a visão que a senhora tem de Porto Velho no contexto dos projetos hidrelétricos no Rio madeira?
Carla Cavalcanti: Gestores e profissionais do setor empresarial têm volvido, atualmente, para Porto Velho com um novo olhar. Antes não havia grandes motivos de uma mudança geográfica para Rondônia, no sentido de oportunidades reais. Agora, muitos profissionais estão abertos para uma boa proposta para começarem a fazer as malas rumo-ao-norte. Desde os primeiros anúncios dos projetos hidrelétricos no Rio Madeira, Porto Velho deixou de ser a mesma.


Rondoniadinamica: Quando a senhora diz “Porto Velho deixou de ser a mesma”, a que tipo de mudanças está se referindo?
Carla Cavalcanti: Porto Velho vive o maior progresso sócio-econômico de sua história. Sem deixar de reconhecer a importância do seu valiosíssimo histórico cultural, pelo contrário, com uma economia mais forte, haverá maior investimento no patrimônio histórico, como é caso da Estada de Ferro Madeira Mamoré, que necessita de um audacioso projeto de reforma. Mas, uma das principais mudanças é na forma como o País vê Porto Velho. Escândalos políticos e a era do garimpo, lentamente deixam de ser as principais referências, quando a Capital de Rondônia se torna uma grande fornecedora de energia para o Pais, sofrendo, conseqüentemente, grandes avanços na sua economia.
Rondoniadinamica: Itabuna conseguiu se desvincular da imagem de “terra do cacau”?
Carla Cavalcanti: Na verdade, desvincular-se de uma imagem que está relacionada com a história de uma cidade, é algo impossível. O que normalmente ocorre é uma divisão: o antes e o agora. A história não morre. Itabuna sempre terá como uma das suas principais referências o cacau, assim como Porto Velho o garimpo. Mas, os grandes eventos e transformações atuais formam a “imagem do agora”.

Rondoniadinamica: Como era o setor empresarial de Itabuna na época dos coronéis do cacau?
Carla Cavalcanti: Há 20 anos a economia de Itabuna se baseava na produção e cultivo do cacau proveniente de suas grandes fazendas e das de Ilhéus. Naquela época, a maioria das empresas era administrada pelos coronéis latifundiários, que passavam os negócios para seus familiares, parentes e pessoas de confiança. E esse gesto veio se repetindo durante as décadas seguintes, mesmo com a grande crise cacaueira que abalou profundamente a economia da região.
Rondoniadinamica: Eatualmente, em que se baseia a economia de Itabuna?
Carla Cavalcanti: Hoje a cidade vive do comércio de produtos e serviços, mantendo a competitividade. Itabuna está entre as quatro cidades baianas de economia mais forte. Grupos empresariais têm apostado na cidade, que já possui fábricas de grandes empresas, como a Nestlé, a TriFil e a Kildare, e conta com a presença grandes redes varejistas nacionais, que possuem loja instalada no Jequitibá Plaza Shopping.
Rondoniadinamica: Com o fim do coronelismo, como a senhora avalia os novos modos e sistemas administrativos do empresariado itabunense?
Carla Cavalcanti: Lamento muito em ter que dizer isso... (pausa com expressão facial de lamento) ...Embora o setor empresarial de Itabuna tenha se desvinculado do domínio dos coronéis do cacau, o empresariado local ainda mantêm raízes coronelistas, no que diz respeito ao processo de seleção -- quando fazem perpetuar nas empresas o QI (Quem Indique), tirando a oportunidade de pessoas competentes para privilegiar apadrinhados.

Rondoniadinamica: Esse apadrinhamento que a senhora menciona existe em qualquer parte do País, mas em Itabuna ele ocorre numa maior escala?
Carla Cavalcanti: Não diria que em Itabuna ocorra numa maior escala. É comum se constatar a força da influência exercida por um tipo de sistema autoritário sobre uma determinada cultura, mesmo após décadas da extinção deste sistema. Exemplo disso são os países da antiga União Soviética, que se libertaram do comunismo, no entanto, não totalmente. Mas, a minha esperança é que Itabuna se liberte totalmente de qualquer semelhança com o sistema coronelista, que só impediu o desenvolvimento da região.

Rondoniadinamica: Com as usinas no Madeira, já é previsto em Porto Velho uma demanda de empregos, pelos menos, nos próximos sessenta anos. Em relação à seleção de pessoal, qual o cuidado que as empresas devem ter?
Carla Cavalcanti: Que o setor encarregado realize um processo seletivo com fundamento científico, ou seja, um Recrutamento e Seleção por Competências. Pois o que geralmente ocorre são seleções baseadas apenas na intuição de quem entrevista o candidato. E com essa atitude, o índice de rodízio por vaga cresce, os funcionários trabalham desmotivados e, conseqüentemente, a produtividade da empresa cai. E no final, todos ficam insatisfeitos. Além disso, a organização pode sofrer descrédito no mercado, ficando conhecida como um local onde as pessoas não gostariam de trabalhar.
Rondôniadinamica: Consultora, foi muito proveitosa essa entrevista. O Rondoniadinamica agradece por ter aceitado o convite. Certamente a senhora deu uma importante parcela de contribuição a muitos dos nossos leitores. Obrigado!
Carla Cavalcanti: Eu que agradeço pala oportunidade de colaborar. Um braço para todos de Rondônia.


Fotos de Itabuna hoje:

12.10.08

Posseiros lutam para não serem expulsos de área na estrada da Penal

Eu estava com os colegas da Agência Imagem News, Cleris Muniz e Ademilde Correia, quando fomos informados, por telefone, sobre uma manifestação que acontecia na estrada da penal. Isso foi por volta das 22 horas do dia 19 de agosto de 2008.

Um nevoeiro de fumaça na estrada que dá acesso às quatro unidades penitenciarias masculinas da Capital atraia a atenção de populares que, à distancia, observavam, possivelmente imaginado que seria mais uma rebelião no presídio Urso Branco. Mas, naquela noite, a movimentação na estrada que dá acesso a um dos presídios mais perigosos do País envolvia outra classe de manifestantes: posseiros. Eles tocaram fogo em pneus colocados na estrada, impedindo a passagem de carros - inclusive viaturas policiais -, em protesto contra Liminar de Reintegração de Posse que determinava a saída imediata de área ocupada no setor penitenciário.

No ofício (datado de 18 de agosto de 2008) que foi encaminhado aos posseiros pela Polícia Militar, foi determinado que as famílias desocupassem a área situada no imóvel rural nº 55, na Gleba Aliança do setor penitenciário, que seria de propriedade da empresa Cerâmica Porto Velho Ltda -- conforme decisão judicial proferida nos autos do Processo nº 001.2004.01085-9, referente a Mandado de Cumprimento de Liminar de Reintegração de Posse. Mesmo lutando para permanecer no local, as famílias não conseguiram evitar a expulsão que ocorreu um dia após a manifestação na estrada (em 20 de agosto de 2008).

As fotos são de Ademildes Correia, da Agência Imagem News

29.11.07

Nossa riqueza apodrecida

A imagem acima mostra a triste realidade de uma natureza morta e apodrecida; uma riqueza da terra que para mais nada vale. Nem mesmo para suprir a fome de uma só família carente, dentre as muitas das zonas ribeirinhas.

A prática da pesca predatória, mesmo sendo para subsistência, é predominantemente proibida na Cachoeira do Teotônio, em Rondônia. A região é demarcada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), através da portaria nº 156/07, estabelecida pela Portaria Federal nº 08/96, Lei Estadual nº 1038/2002 e Dec. Estadual 10.227/2002, que proíbe a pesca nas modalidades profissional e amadora a 200 metros acima e abaixo das cachoeiras e corredeiras. No entanto, enquanto de um lado se visa a preservação ambiental e a segurança da vida humana - já que a área oferece riscos de acidente-, do outro lado, a proibição resultou num desagradável quadro: a morte em massa de peixes, que apodreceram, enquanto muitas famílias não tinham o que comer.

...Isso aconteceu em novembro de 2007.

8.11.07

Desacatar servidor vale dois anos de cadeia


A qualidade no atendimento, por parte de atendentes do derviçp público, é um assunto que muito interessa os usuários, os quais se mostram cada vez mais conscientes de seus direitos, e prontos para protestar contra um mau atendimento de um servidor. Mas, por outro lado, e os direitos dos atendentes? Os usuários estão realmente sempre com a razão? E têm o direito de agir como bem quiserem, ao ponto até de desacatar um servidor público sem correr o menor risco?

RESPOSTA: Se para um atendente que
descumpre os critérios de um bom atendimento há riscos, já que podem ser sujeitos à procedimento administrativo, para um usuário “desavisado” há o perigo de passar 06 (seis) meses a dois anos de reclusão ou multa, por “Desacato ao Funcionário Público no exercício de sua função, ou em razão dele” - conforme o Artigo 331 do Código Penal.

Nós, os repórteres de plantão, estamos comumente apurando denúncias de usuários de serviços públicos. Por isso, eu me encarreguei de uvir também o outro lado: o lado dos atendentes. A matéria foi publicada na edição de novembro do jornal Tribuna do Servidor.

A funcionária pública, Maria José, atendente na recepção do Shopping Cidadão, me disse, na ocasião, que sofreu vários desacatos por parte de usuários. Ela contou numa certa vez um senhor partiu em sua direção com violência, na intenção agredi-la fisicamente. “Eu quase fui espancada por um usuário. Só não apanhei mesmo porque gritei e vieram me ajudar. Depois essa mesma pessoa voltou com mais duas insinuando ameaças”, relatou a servidora.

Também ouvi o supervisor de atendimento do Shopping Cidadão, Evaldo Cruz. Ele disse que, ocorrências de casos de desacato ao servidor, por parte de usuários, são constantes no Shopping Cidadão, onde se presta uma elevada demanda de atendimentos, por reunir serviços de diversos órgãos. “Todo dia vejo servidor sendo desacatado por aqui. Se fizéssemos que a Lei fosse cumprida, todo dia iria gente presa”, declarou Evaldo.

E para embasar essa matéria, entrevistei, por telefone, uma amiga consultora do Rio de Janeiro. Para ela, até postura profissional de um
funcionário pode ser motivo para desacato

"Para a consultora Sheylla Sacramento, especialista em Gestão e Recursos Humanos, em muitos casos de desacato ao atendente o motivo é justamente a postura padrão de atendimento. Ou seja: 'Tem gente que está acostumada a gritar e ouvir gritos; a insultar e ser insultada. E quando externa algum tipo de expressão ou indelicadeza, e o funcionário bem preparado não corresponde, acaba se estressando ainda mais com a postura desse funcionário que não sai da ética. É por isso que é muito comum se ouvir quixas de que atendendentes de determinados órgão públicos ou empresas são frios e insensíveis. Enquanto, na verdade, eles estão apenas sendo profissionais, se posicionando em em correspondência ao que lhes são exigidos por superiores' ”.

Para o jornal Tribuna do Servidor, de novembro de 2007.

1.11.07

Vítimas do Flor do Amazonas buscando explicação sobre suposto envolvimento do governador

“O que aconteceu aqui foi uma ação extremamente terrorista. Viemos para garantir que os autores não ficarão impunes!”- essas foram as palavras do adjunto da Secretaria de Segurança Estado de Rondônia (Sesdec), Cezar Pizzano, ditas no final da tarde de terça-feira (03/07), no acampamento do Movimento Camponês Flor da Amazônia.

A visita do secretário já era esperada pelos sem-terra desde o ato criminoso do qual foram vítimas, quando jagunços invadiram o acampamento agindo com violência e ameaças. O motivo da espectativa era a obtenção de esclarecimentos em relação ao suposto envolvimento do governo do Estado no ato criminoso, já que os agressores teriam se apresentado, momento do ataque, como sendo policiais militares, e que estariam agindo à mando do governador Ivo Cassol.

Segundo informações colhidas, na ocasião, por uma equipe de guarnição da Polícia Militar, comandada pelo sargento Francisco Gonçalves Ferreira, algumas vítimas relataram à Polícia que tiveram armas apontadas para suas cabeças, e que sofreram humilhações, agressões verbais e físicas, enquanto os infratores se identificavam como sendo policiais civís e militares. “Achamos estranho, pois a Polícia não aparece por aqui encapuzada”, disse uma das vítimas em depoimento à Polícia.

No meio de homens e mulheres revoltados e inconformados com a injustiça que sofreram, os quais traziam no corpo marcas da agressão, o representamte do governo buscou ser firme quando assegurou que a secretaria de segurança estava se empenhando o máximo para elocidar o caso.
“Temos trabalhando com afinco, e posso adiantar que já estamos muito adiantados nas investigações. Quem fez isso fez de uma forma muito irresponsável, deixando muitos vestígios”, declarou Pizzano ainda solicitando: “Precisamos de um voto de confiança. Vamos dar tudo de nós, mas também vamos contar com a colaboração de vocês. Não fiquem calados! Digam tudo o que souberem”.

O advogado do Movimento, José Martinho de Medeiros (Águia Azul), foi ponderado quando disse que, naquele momento, não se podia precipitar em conclusões, já que o inquérito investigativo ainda seguia em busca de provas contundentes, para que então fosse possível apontar os autores do atentado.

Eu estava lá, no dia 03 de julho de 2007, e ví o sofrimento nos nos olhos daquela gente.

As fotos são do meu querido amigo Linconh Regis

Publicado no site Verdade Rondônia em 04 de julho de 2007


CONFIRA FOTOS





















24.10.07

Servidores do HB são vítimas de tuberculose e câncer

Essa foi minha primeira reportagem de capa do jornal Tribuna do Servidor (edição nº12 / maio de 2007). As fotos são de Edgar Mello - este deixou o Jornalismo para se deidicar à Música.

Faço questão de republicar na íntegra. Para mim essa reportagem tem um singnificado especial.

“Oziel está com lipoma [tumores benignos que surgem por baixo da pele], Rosalina que trabalhava na câmara escura saiu daqui com CA [câncer] e a Rita ficou seis meses em tratamento de TB [tuberculose]. É bom vocês estarem aqui para saber como está a nossa situação aqui”. O relato é de uma servidora pública que trabalha no Hospital de Base, em Porto Velho. Ela preferiu não se identificar, no entanto, os casos que ela citou são verdadeiros. “A Rita”, por exemplo, que ela se refere, trata-se da servidora Rita Gomes que trabalha na recepção do setor de diagnóstico, a qual confirmou ter contraído tuberculose dentro do Hospital. A funcionária ainda reclamou que vive correndo risco a cada dia. “Na recepção não existe uma janela adequada. Temos um contato próximo e direto com pacientes com tuberculose, e a janela deveria ter pelo menos um vidro para diminuir os riscos”.

O câncer de pele é outro risco que ameaça os servidores do HB – nesse caso, àqueles que atuam no setor de radiologia. Embora esse risco seja abrangente a todo setor de radiologia de qualquer unidade hospitalar - já que diversos estudos já realizados indicam a relação entre radiação e o câncer - a Sociedade Brasileira de Radiologia adverte que os risco podem ser maiores nas unidades onde os Equipamentos de Proteção individual (EPI) não são devidamente usados pelos técnicos de raio-X e auxiliares. Equipamentos como, por exemplo, capas ou aventais plumbífero (que contêm chumbo). . “Eu não vejo ninguém por aqui com roupa adequada de proteção. Trabalhar dessa forma é trabalhar em risco”, queixou a funcionária Eliana Pereira, que trabalha no setor de maternidade.

Negligência amplia riscos, diz médico


O Tribuna do Servidor entrevistou o médico radiologista do HB, Sizenildo Figueiredo, para saber se o não-uso dos equipamentos de proteção pelos funcionários se deve à falta desses equipamentos no Hospital. O médico, dando seu parecer, declarou que o Hospital dispõe de equipamentos, mas os profissionais acabam negligenciando o uso, colocando em risco a própria saúde. “Por conter chumbo em sua propriedade, os equipamentos de proteção convencionais usados em procedimentos naturalmente não são tão leves, podendo gerar algum desconforto a alguns técnicos que acabam optando por não usa-los. Em outros casos, por esquecimento, até mesmo por falta de costume. Desta forma, eles acabam colhendo maiores conseqüências a médio ou longo prazo”, disse o profissional.

Para a chefa do setor de diagnostico do Hospital, Iolanda Kist, “os setores responsáveis pela proteção aos servidores desta unidade de saúde devem intensificar as ações voltadas para a conscientização destes que negligenciam o aproveitamento dos recursos de proteção disponíveis”. Os setores que Iolanda se refere, que funcionam dentro do HB, são: CIPA [Comissão de Proteção de Acidentes], o CCIH [Comissão de Controle de Infecção Hospitalar], e o setor de vigilância de Riscos.



Cai número de acidentes

O índice de acidentes com instrumentos cortantes ocorrido com profissionais do Hospital de Base sofreu uma elevada redução no período de dois anos, conforme estatística apresentada pela Chefa da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH), Andréia Ferreira. “A queda foi de 60%, do ano de 2005 a 2007. Isso revela que está melhorando a conscientização dos profissionais quanto ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), quando realizam procedimentos com pacientes”, informou Andréia aproveitando o dado positivo para argumentar: “E quanto à questão dos riscos de HB e de CA no setor de radiologia, dos quais os servidores estão sujeitos, posso afirmar que essa unidade não está com índice acima da média geral, em relação à outras unidades de saúde.”

A profissional ainda otimizou que o CCIH tem feito sua parte no papel de conscientizar os servidores na questão dos riscos, mas que a falta de conscientização é um problema oriundo da formação do profissional. “Também defendo a necessidade de se fazer ações voltadas para a conscientização quanto aos riscos no meio hospitalar. Inclusive já promovemos várias palestras voltadas para esse objetivo. Mas, bato na tecla de que é preciso formar um profissional mais conscientizado para que ele não venha se prejudicar no exercício da profissão, como também causar transtornos no local de trabalho”, frisou.

Profissionais da comunicação são mal aproveitados em Rondônia

Produzí essa matéria depois de ter feito a cobertura jornalística de um seminário em Porto Velho, em 06 de outubro de 2007, ministrado pela jornalista empresarial Solange Ramos, do Rio de Janeiro. Foi uma oportunidade para abrir os olhos de muita gente - inclusive o os meus - em relação às deficiências no setor comunicacional do nosso Estado. As fotos são do companheiro Linconh Regis.

Enquanto no Sudeste do País pastas públicas se ocupam com estruturação de departamento de comunicação formado por vários profissionais ou em contratar gestores de crises, Rondônia vive a realidade de ainda ter secretarias e unidades de saúde sem, ao menos, um assessor de imprensa, como é o caso do Hospital João Paulo, em Porto Velho. A informação é do servidor João Bosco Cardoso, que atua na unidade como enfermeiro técnico, o qual também é graduado em Jornalismo por uma instituição particular da capital.

O servidor ainda informa que apresentou uma proposta para o diretor da unidade, Roni Peterson, mas que não recebeu nenhum retorno. “Eu sinto prazer em trabalhar na área de saúde, como técnico em Enfermagem, mas gostaria de poder colaborar com o Hospital como jornalista, por entender que assessoria de imprensa é uma área também muito importante, e que não pode faltar numa unidade de saúde, como em qualquer outro setor público”, declarou.

João Bosco concluiu o curso no primeiro semestre de 2006 e, desde então, vem procurando se especializar na área que se graduou. No ultimo dia 5 de agosto, por exemplo, esteve participando, juntamente com vários assessores de imprensa do Estado, de três cursos de comunicação que foram ministrados pela jornalista carioca Solange Ramos. “Durante o curso foram destacadas as ações de uma assessoria de imprensa e de sua importância para um setor público ou privado”.

Assessoria no HB

A situação no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro não é muito diferente da unidade na qual João Bosco trabalha. Lá o assessor de imprensa, o radialista Francisco Lins, mais conhecido como Chico Lins, é veterano no cargo, mas suas ações como assessor são extremamente limitadas. Suas tarefas se resumem normalmente à acompanhar repórteres por alas do Hospital, a pedido do diretor da unidade Amado Ahamad Rahal, ou à cumprir a função de "informante" do DECOM – Departamento de Comunicação do Governo. Francisco nem ao menos possui uma sala adequada para trabalhar.

Assessorias limitadas

Rondônia possui, na atual gestão, oito secretarias, cujas assessórias de imprensa são subordinadas ao DECOM (departamento que ocupa uma sala no Palácio do Governador). No governo anterior havia sete pastas, no entanto os assessores tinham mais autonomia. Com o governo Cassol tornou-se obrigatório que os materiais produzidos pelas assessorias de imprensa passem pelo crivo do DECOM, embora em algumas secretarias haja um maior espaço, como é o caso da Seduc (Secretaria de Estado da Educação) e da Seapen (Secretaria de Estado da Administração Penitenciária), que possuem sites próprios, os quais são alimentados pelos assessores. Os demais têm que se contentar com a publicação de seus materiais no site do Governo, isto é, os que são aprovados.

O atual diretor do DECOM, Marco Antonio, apesar de não ser jornalista por graduação, é ele a maior autoridade no setor comunicacional da máquina do Estado. O próprio diretor reconhece a necessidade de se contratar mais jornalistas para assumir pastas ou unidades de saúde carentes de uma assessoria de imprensa ativa, mas a contratação esbarra em trâmites burocráticos. Enquanto isso, currículos são engavetados no DECOM, deixados pessoalmente por profissionais da área em busca de uma oportunidade. Profissionais como o servidor João Bosco Cardoso, predispostos a produzirem informação, mesmo sob o crivo do Departamento de Comunicação do Governo.

Falta de autoconfiança


A jornalista empresarial Solange Ramos que ministrou os cursos expressos de comunicação em Porto Velho, revelou, em entrevista ao Tribuna, que detectou uma falta de autoconfiança por parte de alguns assessores de imprensa do Estado, que participaram dos cursos. "Enxerguei uma grande potencialidade nesses profissionais daqui de Rondônia, mas eles precisam olhar para dentro de si e também enxergar isso. Só assim mudarão realidades", declarou reiterando que "as ações de um assessor de imprensa são amplas. Talvez aqui em Rondônia esses profissionais não estejam sendo aproveitados o quanto deveriam ser”.

Uma assessoria de comunicação, de acordo com o conceito exposto por Solange, “é uma fonte organizadora de informações de um setor público ou privado. E compreende tanto ‘o serviço de administração das informações jornalísticas e do seu fluxo das fontes para os veículos de comunicação e vice-versa’ quanto a edição de boletins, jornais e revistas”. Em contrapartida, a jornalista ressaltou a importância da valorização do profissional para que ele desenvolva seu trabalho com disposição gana. Ela disse que no Rio de Janeiro um assessor de imprensa de setor público chega a ganhar 12 mil Reais – uma disparidade com a realidade de Rondônia, onde há assessores que chegam a ganhar R$ 500, segundo informou uma aluna do curso ministrado por Solange, que presta assessoria no interior do Estado. Já em Porto Velho, assessores de imprensa de secretarias estaduais ganham, em média, mil Reais.



Publicada no Tribuna do Servidor